[etoys-america-latina] Squeak em português do Brasil

Paulo Francisco Slomp slomp em ufrgs.br
Terça Junho 29 22:36:30 EDT 2010


Olá Jecel

As informações foram muito esclarecedoras para mim. Obrigado.

Saudações.

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Paulo Francisco Slomp
http://www.ufrgs.br/psicoeduc
Acionado com Software Livre
http://www.ufrgs.br/soft-livre-edu

Em 29-06-2010 16:31, Jecel Assumpcao Jr. escreveu:
> Rainer,
>
>> Ola Paulo e Marta, tudo bom?
>>
>> Agradeço muito a resposta de vocês, realmente eu não tinha conhecimento
>> das diferenças entre o Squeak e o Etoys, para mim o Etoys era a versão do
>> Squeak para OLPC...rs
>
> Acho que uma revisão rápida da história do projeto pode esclarecer um
> pouco mais este assunto (sua impressão sobre Etoys/OLPC não estava
> errada, apenas incompleta).
>
> Vários projetos interessantes foram desenvolvidos nos anos 1980 que
> poderiam ter um impacto na educação:
>
> - Vivarium
>> http://www.nytimes.com/1987/11/08/magazine/pied-piper-on-the-computer.html?sec=&spon=&pagewanted=4
>
> - Fabrik
> http://wiki.squeak.org/squeak/1227
>
> - StarLogo
> http://www.sigchi.org/chi96/proceedings/demos/Resnick/mjr_txt.htm
> http://education.mit.edu/starlogo/projects.html
>
> - Hypercard
> http://en.wikipedia.org/wiki/HyperCard
>
> O problema era que cada um destes (e outros igualmente interessantes)
> era um mundo separado e não podiam ser combinados para a criação de
> projetos mais poderosos. A idéia do Etoys era ser uma versão mais aberta
> que pudesse incluir estas boas idéias mais outras que aparecessem no
> futuro. O plano inicial era implementar isso em Java ou outra linguagem
> popular e que rodasse no maior número de máquinas diferentes para que
> todas as crianças tivessem acesso. Infelizmente todas as alternativas
> estudadas eram piores do que o Smalltalk-80 que eles mesmos tinham
> criado 20 anos antes, então o plano foi mudado para 1) criar uma versão
> melhorada, aberta e "portável" do Smalltalk-80 (chamada Squeak) e 2)
> implementar o Etoys em cima disso.
>
> Entre a fase 1 e 2 do projeto se passaram alguns anos, e o Squeak em si
> se tornou atraente para um grupo de pessoas que queriam usar o
> Smalltalk-80 mas não se interessavam por uma das várias versões
> comerciais existentes (VisualWorks, Object Studio, VisualAge, Smalltalk
> X, Dolphin Smalltalk, Smalltalk MT, SmalltalkAgents, etc) e nem pelas
> versões abertas anteriores (Little Smalltalk e GNU Smalltalk) já que
> estas não tinham a parte gráfica que é a parte mais marcante do
> Smalltalk.
>
> Com o lançamento do Etoys como uma camada em cima do Squeak, os
> desenvolvedores o consideravam com parte integrante do Squeak e usavam
> os dois termos como sinônimos. Houve uma separação de squeak.org (para
> interessados no Smalltalk-80) e squeakland.org (para interessados no
> Etoys, mas note que não é etoys.org) mas os eventos dedicados ao Etoys
> se chamam "SqueakFest" e o famoso filme sobre o uso do Etoys na educação
> se chama "Squeakers".
>
> Enquanto isso, outros projetos construiram camadas semelhantes em cima
> do Squeak: o Scratch é o mais equivalente, o OpenCroquet (e agora
> Cobalt) é uma extensão para ambientes 3D partilhados, o Sophie é para
> ser "o futuro do livro". Outros projetos extenderam o Squeak para uso
> comercial, como Seaside/Pier e Aida para páginas web (e como usam o
> Squeak como apenas um Smalltalk-80, estas extensões podem rodar em
> outros Smalltalks sem grandes adaptações). Mais recentemente foi criada
> uma variação do Squeak, chamada Pharo, voltada para o uso comercial.
>
> Apesar do Squeak ter incluido o Etoys desde que este foi criado, em
> certas épocas o grupo mais voltado para a educação avançou o Etoys em
> versões do Squeak que não eram as mais recentes. Por um bom tempo o que
> você baixava de squeakland.org era o Squeak 3.2, por exemplo, enquanto
> em squeak.org você já podia usar o Squeak 3.7. Isso também aconteceu com
> o projeto OpenCroquet e com a versão de Squeak e Etoys usada em larga
> escala em Extremadura na Espanha (o site deles era small-land.org). Foi
> este último que introduziu o recurso de traduzir a interface do Squeak
> (e, de maneira bem limitada, o Etoys) para outras linguas como o
> espanhol. Para o Squeak 3.8 todas estas versões foram combinadas numa
> só.
>
> Depois disso foi iniciado o projeto OLPC e foi feito um grande
> desenvolvimento em cima do Etoys. O Squeak também avançou em paralelo
> (3.9, 3.10 e agora 4.1) mas o Etoys incluido nele ficou defasado em
> relação ao da OLPC (disponível em squeakland.org). Um aspecto muito
> importante foi a questão de tradução, que foi totalmente alterada para
> poder usar as mesmas ferramentas que os outros projetos da OLPC/Sugar.
> Assim, se você usar o Squeak 4.1 vai descobrir que o Etoys está lá, mas
> apenas em inglês e com muitos recursos faltando. O plano para Squeak 4.2
> ou 4.3 é repetir o que foi feito para o 3.8 e voltar a ter a versão mais
> moderna do Etoys e Croquet/Cobalt na última versão do Squeak. Isso vai
> eliminar a confusão que existe hoje e vai facilitar o desenvolvimento
> futuro evitando duplicação de esforços.
>
> Enquanto o sistema de tradução do Diego Gomes Deck era mais voltado para
> os menus e mensagens do Smalltalk-80 (introduzido no Squeak 3.8, ainda
> está lá mas é pouco usado), o do Etoys naturalmente se concentra nos
> elementos que usuários de Etoys enxergam. Eu gostaria de ir além e
> traduzir a linguagem Smalltalk-80 em si para português (eu já fiz isso
> com sucesso no passado), mas até agora todas as pessoas para quem
> expliquei a idéia foram contra.
>
> -- Jecel
>
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